Você se lembra em quem votou para vereadora ou vereador em 2016?
A maioria das pessoas não lembra, mais precisamente, 64% das pessoas não se lembram em quem votou para vereadora em 2016 (fonte: Rede Nossa São Paulo).
Nosso sistema eleitoral é complexo, o voto numa candidata pode eleger outra pessoa.
Você pode votar numa mulher e acabar elegendo um homem.
Há 55 vereadores na cidade de São Paulo.
Caso as regras continuem as mesmas, cada partido poderá ter até 1,5 vezes mais candidatos que vereadores. No caso de São Paulo, cada partido poderá ter até 83 candidatos.
55 (vereadores) x 1,5 = 82,5 => 83 candidatos
Na eleição de 2016, tivemos 34 partidos, 1337 candidatos, sendo apenas 418 mulheres, representando 31,3%.
Alguns gráficos que pegamos do site do Tribunal Superior Eleitoral.
O PCB foi o partido com a maior porcentagem de mulheres, porém, a chapa do PCB tinha apenas 3 candidaturas: 2 mulheres e 1 homem.
O PSTU conseguiu 54% da chapa de mulheres com 6 mulheres, e o PSDB 41% com 19 mulheres.
Dois partidos, PSDC e o PTN, tiveram 28 mulheres candidatas.
O perfil mais comum dos candidatos a vereadores de 2016 é: homem, casado, de 45 a 60 anos, branco e com faculdade completa.
E olhando para os atuais vereadores, fica evidente a falta de diversidade e representatividade dos eleitos. Há 9 mulheres e 46 homens, ou seja, apenas 16% de mulheres. E dos 55 vereadores eleitos, 33 conseguiram a reeleição.
Quantos desses vereadores vocês acham que já pegaram ônibus com criança e mochila de escola? Ou marcaram consulta no SUS e cada filho foi agendado para um local da cidade em dias diferentes?
E como faz para se eleger vereador?
Se soma todos os votos para vereadores e divide-se pelo número de cadeiras de vereadores. Em 2016, tivemos 5.370.366 votos.
5.370.366 / 55 = 97.643
Esse valor de 97.643 é chamado de Quociente Eleitoral.
Para se achar o número de candidatos eleito por partido, é preciso somar os votos que o partido como um todo recebeu, e dividir pelo Quociente Eleitoral.
Por exemplo, o PSDB e sua coligação, receberam 1.611.993 votos, resultando 16 vereadores eleitos.
1.611.993 / 97.643 = 16,5
Os 16 candidatos mais votados da coligação são eleitos, independentemente do número de votos que cada um deles recebeu. Nesta coligação, tivemos um vereador eleito com 107 mil votos, e um vereador que não foi eleito com 23 mil votos.
O NOVO teve 140.794 votos, e sua vereadora mais votada foi eleita com 19 mil votos.
Os dois vereadores do PSOL foram eleitos com 16 mil e 12 mil votos, e o partido recebeu quase 187 mil votos.
Tem uma ferramenta bem interessante para analisar as votações por partidos do G1 neste link.
Essa imagem acima foi cortada para facilitar o entendimento do cálculo de vereadores, mas há outra coluna que mostra os cargos faltantes. A tabela completa fica neste site (faça um filtro por Ano: 2016 Abrangência: Município Região: Todas UF: SP - São Paulo Município: SÃO PAULO Cargo: Todos). E neste site tem mais explicações sobre como fazer as contas.
Uma questão que deve ser lembrada também é a suplência, uma espécie de fila de espera de vereadores que não conseguiram ser eleitos.
É frequente que vereadores assumam cargos nas secretarias municipais, e quando isso acontece, o suplente é chamado. Ou seja, o próximo vereador da fila ocupa o cargo, de maneira temporária, enquanto o vereador "dono da vaga" é secretário. Caso o vereador deixe de ser secretário, ele volta para a Câmara e seu suplente perde o gabinete.
No fim do ano passado, dezembro de 2018, o prefeito "devolveu" à Câmara três secretários, para eles votarem a favor da reforma da previdência municipal. Após a votação, os vereadores voltaram às suas secretarias e os suplentes assumiram novamente como vereadores.
Faltam 450 dias para a próxima eleição para vereadora.
Como é a candidata que você deseja votar?
Alguns links interessantes:
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